Seguro
nas tuas mãos com medo de as perder para sempre. Encontro nas suas linhas, no
toque suave que percorre o meu corpo, caminho para os meus beijos, abrigo para
os meus sonhos e solidão para o meu peito deserto. Por isso seguro-as, tenho
medo, entristece-me de morte não as reconhecer neste opaco sentimento vazio, e,
com receio, coso-as como quem cose dois corações para ficar – para sempre – (a
minha e a tua) unidas eternamente.
Guardo
o teu olhar, aquele perdido mistério das noites, porque um dia acredito que
poderei aprender o trajecto dos teus lábios, o fio dos teus cabelos e a doçura
da tua boca. E, se nunca encontrar as tuas promessas ou as minhas ambições sei
– com toda a certeza – que o teu olhar tímido, as tuas mãos singelas, os teus
lábios como pétalas vermelhas e o teu sorriso escondido nas estrelas é o
mistério do nosso amor oculto. Por isso, escuto-te no silêncio quando
sussurras-me ao ouvido para não ter receio. E eu já não tenho medo. Nem
dúvidas, nem desconfiança de te perder; porque sei, sem o saber, que isso nunca
acontecerá; porque um dia, para toda a eternidade, tornaste-te minha.