Sempre foi difícil
esquecer-te. A cada momento recordo o teu sorriso perdido na ilusão, das
palavras esquecidas na memória e das promessas ultrapassadas pelas mentiras. Na
noite longa do silêncio, nos meus pensamentos, contemplo o céu tecido de
estrelas e relembro-me de cada traço do teu rosto que eu antigamente desenhava
com o meu olhar. Eras tu. Somente tu que eu desejava, mas tudo acabou naquela
estupidez. Naquele silêncio. Naquela mentira.
Nunca saberei o sabor
dos teus lábios. Se são secos. Se são salgados. Se são molhados. Nunca o
saberei. Falhei em tudo e perdi todas as oportunidades para ser feliz. O meu
pior erro sempre foi esse: não fui um homem feliz. Neguei tudo e desperdicei
toda a sorte que tinha. Agora, tudo é passageiro e as pessoas supérfluas. Nada me
contenta. Tudo parece demasiado distante. Vagueio sem rumo na certeza da minha
estupidez. Nunca poderei ser amado. Este é o meu destino.
Não sei que horas são enquanto estas palavras são
desenhadas na folha. Apenas as lágrimas solitárias escorregam sobre a minha
face. Não as limpo. Seria um erro. Deixo que cada lágrima escreva o seu ponto
no teu nome. Que sele na escuridão e que encerre na solidão da morte, porque tu
para mim morreste; e esta é a minha ultima lágrima. E despedida.
Sem comentários:
Enviar um comentário