sexta-feira, 15 de novembro de 2013


Caminho lento, na rua deserta que a noite ilumina com o seu luar calmo e sereno. O vento que embate na minha cara traz as sôfregas reflexões que não largam a minha cabeça. Os meus pensamentos voam como ligeiras penas apaixonadas, que sopradas são pelo coração que tanta incerteza têm. A cidade assim se conjuga, num amorfo de sensações escondidas que o coração sente e a mente respira.
Sento-me no cais distante e alheio do mundo incongruente, que tanta dificuldade tenho em perceber. O suave marear das ondas a embater nas rochas entoa nos meus ouvidos e, os meus libertos pensamentos, começam numa corrida frenética, a mergulhar as suas mágoas nas ondas escuras do mar que os meus olhos contemplam. O revoltoso mar reza, numa súplica escondida entre as pedras, as orações que são esquecidas ao vento.
Assim estou, perdido entre pensamentos amedrontados e um olhar sonhador que tantas dúvidas carrega. Ao longe vejo navios parados e ao perto ondas a desvanecerem-se em nada na areia fina da praia. Apetece-me ir embora, mas antes devolvo um último olhar ao ambiente que tanta dúvida causa e penso numa simplória observação: ”Se hoje nada consegui, talvez seja amanhã que o consiga, quem o sabe?”  
 
 

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