Faz muito tempo que
não escrevo. Talvez a razão sólida desta falta de inspiração se deva ao rumo
ligeiro que a minha vida leva sem que eu a possa travar. Somente não vivemos
para nós nem para os outros, e quando queremos algo, nada é como o desejamos
nem sonhamos. Quem sabe, se a vida não é um jogo lacrado desde o início pelo
destino? E por mais que lutemos, nada sai como idealizamos. Afinal, somos
eternos sonhadores acordados para a ilusão verdadeira da vida.
A vida que escolhi,
talvez seja, uma cinza que foi deixada ao acaso do vento das dúvidas. Mas nunca
desistirei de soprar, entre alegrias fugazes e aventuras incompletas, o fogo da
ambição que tanta força dá ao caminho que percorro sozinho nesta simples montanha.
A viajem, acolhida de abismos e más indicações, não é somente que uma ideal
humildade de ser, que nada é, apenas a descoberta incompleta.
Escrevo ao vento,
esperando talvez que alguém me ouça e que compreenda que nada quis de
realizável. É verdadeiro e sábio, os loucos amam o impossível e os poetas o
incompreensível. Mas como não achar razão se só a razão em ti mora?
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