Quero escrever versos até que o sol poente do
horizonte desenhe os teus lábios carmesins nas minhas letras. Encontrar, em
cada vírgula, – sem que me desse conta – o teu sorriso que tanto desejo.
Descobrir, em cada ponto, os teus olhos que tantas saudades fustigam no meu
peito. Acabar no parágrafo de uma história que é só nossa. Contada sobre as
memórias dos beijos tímidos, nos abraços apertados e na descoberta da
felicidade que mora no toque da mão que se completa na outra. Queria – mais do
que qualquer coisa – ter-te para sempre. Pintar com a minha memória a tua
imagem eternamente e sonhar com a tua presença até que o dia encerre na
solidão.
Eras tu. Só minha. A minha felicidade. O meu
caminho. A minha descoberta. O meu carinho. A minha luz da vida. A minha viagem
ao Céu. O teu encontro. O nosso encontro. A descoberta. O pecado da minha Alma.
O fogo do meu coração. Os teus olhares ao encontro do meu. Os teus cabelos
apoiados sobre o meu peito. O silêncio em que as palavras se esquecem sobre o
sabor dos lábios rebeldes. As noites em que adormecia sobre a tua imagem
reconfortante. Eras tu. Só minha. E eu. Só teu. Eramos. Somos. Seremos. Apenas
– e somente – um só.
Prometo – e estaria a mentir se não te revelasse –
amar-te sem reservas. Com loucura. Com ousadia. Com a mais singular e travessa
doçura que mora na tua boca. E como não bastasse – se achares que é
insuficiente – amo-te novamente. Cada dia. Com a deliciosa e imaculada ternura
que te ofereço em cada palavra. Em cada verso. Em cada vírgula. Ponto. Parágrafo.
Em cada tudo de nada. Amar-te-ei. Seria teu. Só tu. E tu minha. Só minha. Vivíamos
na promessa que repousa no nosso coração.
A noite vai adiantada.
A solidão aparece.
A tua imagem surge como um poema incompleto.
Apenas falta a tua presença e tua decisão:
Terás coragem de partilhar a tua vida comigo?
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