Um silêncio
de morte…
Um luar reza
no alto do céu acompanhado com preces bordadas numa escuridão total e uma
ausência prolongada das nuvens. Uma calma insuportável e mesquinha abate-se no
meu peito e, como novelos imaginários, os meus pensamentos florescem na minha
mente enquanto contemplo esta noite solitária e fugida.
Um silêncio.
Um pensamento.
Sentado, com
o olhar disperso e calmo, observo a solidão que a cidade respira quando tudo
dorme. Tudo está sereno. Vejo as mesmas cenas repetidas inúmeras vezes nos
escombros da minha memória: as mesmas casas, as mesmas ruas, as mesmas
estradas, os mesmos carros. Tudo permanece igual. Tudo se resume aos mesmos
hábitos. Até a noite tem uma vida.
O mesmo
ruído que persiste em ficar no ouvido;
Não compreendo
a beleza profunda que brota do silêncio da noite. Não a compreendo e é por isso
que a amo. A escuridão. O esplêndido céu negro que enche de loucura os meus
sentidos. Ao longe, ouço um ruído que me esqueço de escutar. Apenas contemplo a
noite, esta presença quase etérea que reduz a minha vida a uma insignificância
de aparência. Fecho os olhos. Não sei se tudo foi levado, não sei se tudo foi
perdido, não sei se tudo pegou e acabou num sonho. Não sei. Em lugar de todos
os sonhos que tenho, apenas queria uma noite para sonhar.
Uma noite
qualquer que apenas sonhar quer…
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