Foi um beijo
normal.
Todas as
vezes que tinha estado com ela tentei dizer-lhe o quanto a amava, mas não
consegui ou por medo, ou por cobardia. E, nesse dia, um dia tão normal como os
outros, beijei-a sem pedir licença. Arranquei um beijo a toda a força. Senti os
lábios encostados aos meus e aquele doce veneno da sedução a correr nas minhas
veias.
Foi um beijo
normal.
Como qualquer
outro. E mesmo que não fosse, beijava-a novamente só para me certificar que o
beijo tinha sido um beijo normalíssimo. Foi naquele dia. Foi ontem. Ou hoje. Ou
quem sabe amanhã. Fui passear com ela. Falamos de tantas coisas que nas
entrelinhas eu só dizia: «beija-me». E foi na despedida. Puxei-a para mim e
beijei-a.
Foi um beijo
normal.
E mesmo que
não fosse, dava-lhe outro beijo.
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