A vida não vale as
balas desperdiçadas, nem o sangue sujo das ideias negras e ocultas do teu
coração. Não o vale porque um dia vais arrepender-te de tudo o que não fizeste,
de tudo o que não disseste e de tudo o que não pensaste. Assim o é, porque a
vida é um suicídio silencioso que cobre as feridas mal curadas e as aberturas
da alma mal fechadas.
Ignota cidade onde
caminho, de um cheiro a maresia e sons claros de pássaros desconhecidos; as pedras escorregadias da cidade
choram silenciosas preces que eu nunca ouvira. Meus ouvidos inebriados de
estranhos e desvairados sentimentos, curiosos agora ficaram e, meu corpo senta-se
num banco a escutar e a contemplar tais pedras misteriosas. Apenas preces mudas
meus ouvidos ouvem….
Minha cabeça pesa de
problemas e dúvidas que as pedras escutam e minha mente fala. Numa sinfonia
desajeitada de problemas, como uma agulha minúscula incorpórea, o suicídio da
vida novamente atormenta o meu espírito. Imagens ilusórias como névoa formam-se
em meus olhos e choro pela incongruente vida não vivida. Mas tudo passa. E apenas
a tua imagem finda com um tiro na cabeça. Grito! Mas não te poderei ter, porque
o que sentes por mim, apenas são borboletas mortas de sentimentos que eu não
compreendo… Porque não me amas, nem te preocupas. Afinal, tudo são borboletas purpura
mortas e passageiras…
Sem comentários:
Enviar um comentário