O cansaço da Alma é
como um vórtice de más escolhas do Destino. Estou cansado do Destino beijar-me
apenas com frias dúvidas irrealizáveis. De entre outras coisas, talvez eu não
passe de um sonhador acordado e cansado de tudo o que nada é. Vivo numa ilusão
estúpida que me atormenta e alimenta a minha vida. Assim o é, porque nada
poderei ter o que realmente desejo. Pois o que desejo o Destino não o quer.
Sou isto: um dado
lacrado pelo Fado déspota que brinca com sonhos de uma criança perdida. A morta
esperança de ter algo, caminha nas obscuras estradas da solidão da noite e
faz-me compreender que não passo de uma criança perdida entre os mistérios do
mundo incompreensível. E fico cansado…
Cansado de tudo, até
o desejo de cansaço cria-me náuseas cansativas na minha cabeça. Estou cansado e
farto de tudo. Este cansaço desconfortante na minha alma faz-me ficar numa
abulia sentida de uma ingratidão para a vida. Porque tudo não volta a trás? Nasci
pra ser criança, mas o Destino recusou-se a tal facto. Sou uma criança perdida
no acaso das coisas. Tudo é isto e nada é. Apenas um cansaço estúpido que
permanece de pé…
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