Demasiados problemas
sobem, como penas sopradas pelo vento, à minha cabeça. Apesar de eu nada
querer, estes insistem em perdurar nos meus pensamentos. Eu e eles, numa luta
silenciosa, a esmurrar interrogações incompreensíveis que quero esquecer.
Problemas, e problemas, e problemas…
Problemas que nunca
ousei descobrir, aparecem agora com lágrimas passadas numa vida que eu fora
feliz. Na cama estou, e com olhar sonhador observo as pequenas luzes penduradas
no céu tecido de escuridão. Um silêncio incomodativo banha-me agora de obscuros
desesperos mudos. E lágrimas…
Quero esquecer tudo!
Queimar tudo o que existia! Mas esse tudo volta como cinza e faz-me recordar de
todos os momentos que eu quero esquecer. Palavras… Medos… Incertezas…
Tristezas… Angústias… Desesperos… Ódios… Porque tudo volta se quero tudo
esquecer?
Problemas… Afinal,
toda a minha vida é feita disso: problemas. Não mereço nada nem quero nada,
porque sei que vou novamente falhar em tudo. Acima de tudo, sou um autêntico
falhado com deveras problemas. Mas porque será que só a mim os problemas me
amam? Mas serei eu o problema, ou és tu o problema, e negas que o és?
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