segunda-feira, 2 de dezembro de 2013


Cansaço eterno de nada querer. É assim que me sinto: Numa abulia simpática que hoje não me larga. A escuridão da noite envolve-me num manto áspero de saudades incomodativas. Ainda relembro todos os gestos inocentes que perdidos no passado estão. Novamente, continuadamente, olho pela janela e observo as pessoas incógnitas que caminham tontas pela estrada. O luar está cansado e quieto, a iluminar o horizonte que meu ser observa. Os carros, numa frenética corrida, para os seus destinos vão e eu continuo a olhar com saudades. Mas que saudade é esta, que chega sem aviso e bate em meu peito? Mas porque motivo eu tenho saudades? O que quer o meu insatisfeito coração?
Sonhar talvez? Sempre adorei sonhar; Afinal sempre fui um sonhador acordado. A minha vida é feita da matéria que os sonhos não são feitos que fabricam os sonhos. Atrevo-me a dizer que o sonho de ter alguma coisa fez o que sou hoje. Um insatisfeito sonhador. A loucura sempre guiou-me e, não me arrependo do que hoje fiz porque a minha loucura assim me pediu. Quiça, se a loucura não é a mão suave e invisível que norteia os meus passos?
Palavras caladas gritam na minha cabeça sentimentos que jamais ousei  pronunciar. Sentimentos. Palavras. Gritos. Ausência. Saudade. Solidão. Cansaço. Tristeza. Tudo isto abraça o meu peito com uma força esmagadora que apetece-me gritar sem voz. Nada disto queria ter. Porque será que os sonhadores amam o impossível? Porque motivo nada é como quero? Porque é que os meus sonhos não se tornam verdadeiros, se eu apenas um sonhador sou? – Nada disto quero…  – Onde está agora a loucura que aos sonhos me leva? Porque motivos só a saudade mora em meu coração?
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário