Estou farto de toda a
espécie de literatura desespero e anti-originária. Cria-me náuseas observar a pestilência
das palavras ditas por ignorantes que ousam escrever. Arruína-me pensar que
agora toda a gente escreve porque toda a gente tem sentimentos. O quão nobre e
delicada tarefa de escrever, passou nos dias de hoje, como utensílio pra muitos
hipócritas sentimentalistas, que pensam que escrever é apenas o sentimento
dizer.
A arte arruinou-se a
si mesma, num pecado envenenado silencioso, ao deixar que todos os
melodramáticos romancistas escrevessem os seus escombros perdidos e degenerados
de maldade. Pessoas sem escrúpulos estas, que oprimem toda a novidade literária
pela sua arrogância mais suprema e mais vergonhosa; a da literatura.
Nem todos sabem
escrever, mas todos escrevem. Algo tão natural como jogar à bola. Nem todos
nascem para serem jogadores como nem todos nascem para escreverem. Contudo, a
literatura atingiu tal infâmia vergonhosa que qualquer bicho careta publica a
sua obra, o seu trabalho, a sua vergonha mais elevada para o mundo literário. Estou
descontente com o que leio; maus escritores existem e péssimos nem vale o
comentário. Afinal, toda a gente escreve…
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