quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Rio das Dúvidas

Observo o rio calmo e sereno,
Que corre apressado para o infinito.
E o seu azul ameno,
Faz-me meditar no que sinto.

As folhas acastanhadas boiam,
Nas águas ténues  sem sentido.
Assim fico, enfim, a natureza a contemplar,
Nos meus pensamentos, perdido.

Sento-me com olhar sonhador,
Observando a ignota beleza.
Afastando toda a réstia de dor,
Sem nenhuma certeza.

Perdido estou,
Na minha insatisfação.
Não sei para onde vou,
Para satisfazer a minha razão.

Os meus pensamentos fugiram,
Como leves penas no ar.
Ou foram levados,
Pelas violentas águas mar.

 
Numa abulia sentida,
Com um sereno contemplar.
Assim fico a observar,
A água do rio a findar.

Como um mole desconforto,
Abate-se no meu peito.
Compreendendo a Natureza que Deus deu,
E a maldição que o Diabo me ofereceu.


 
 


terça-feira, 29 de outubro de 2013


Eu amo-te. Talvez seja esse o meu maior erro, amar-te tanto. Nunca ousei na minha vida amar alguém como a ti, e este foi sem dúvida a maior tragédia da minha vida. Continuadamente, quero negar este amor que sinto; tentando em vão explorar novas pessoas, novas caras, novos rumos. Mas o meu amor por ti é  de tal forma exacerbado e forte que grita lá do fundo, com a sua volúpia que tanto desejo tem por ti, procurando reconfortar este desejo apenas num só beijo.
É um erro amar-te, bem o sei. Nunca te terei nem nunca poderei consumar esta paixão que sinto por ti. O destino assim o quis: que nada fossemos um para o outro. Às vezes, na noite calma e silenciosa, recordo entre lágrimas tardias e suspiros ardentes, como seria tudo tão perfeito, se te tivesse a meu lado para passear os meus dedos na tua face serena, mergulhar as minhas mãos nos teus cabelos, tocar carícias no teu corpo e desenhar com os meus lábios o teu tímido sorriso fugaz. Mas nada é; apenas uma ilusão.
Apesar de tudo, eu amo-te. E não encontro outra razão para te querer sempre a meu lado apenas que não seja por amor. Sei que te fiz sofrer, mas tudo o que fiz foi simplesmente por te amo bastante e não te quero perder. Afinal, eu amo-te, terás coragem para partilhar a tua vida comigo?
 
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Que saudades tuas eu sinto. As tuas palavras acabaram. Mas eu digo-te: Muito pensei em ti, meu amor; e não encontro outra razão senão amar-te. Obrigado por tudo o que fizeste por mim e em mim. Estarás para sempre no meu coração a morar.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tédio forçoso

Tédio que vem ao meu encontro,
Sem eu te pedir.
Recolhe-me em eternas carícias,
De um querer sem nada sentir.
 
Deixa-me no repouso tardio,
Da abulia do viver.
Nesse cruel frio,
Da ausência do ser.
 
Assim quero ficar,
Neste enjoo pensar.
Numa vertigem estúpida,
Na solidão reinar.
 
Agora vem,
Tédio flutuante.
Agora adormeço,
Neste colapso amante.
 
 

domingo, 20 de outubro de 2013


O Homem caminha, calando assim como nada fosse, o seu coração. Olha para trás, mas compreende que tudo o que sonhava, infelizmente desapareceu.  Tudo se apagou como uma simples poeira que o vento soprou. “Tudo foi em vão?”; questiona o Homem cujo amava o Passado que outrora existia. As lágrimas secaram mas a dor ainda lateja, com apertos secos e prolongados, no seu peito. As suas forças começam a faltar e este senta-se.
Sentando, contempla todo o horizonte que o seu olhar consegue visualizar. A noite está tecida de pequenos pontos brilhantes e uma lua cheia que o faz recordar o sorriso delicado do Passado, e os lábios que  vagamente recorda com o seu sabor amargo e adocicado que tantas saudades cria no seu coração. O vento que embate na cara faz chorar lágrimas que se perdem no chão infinito da saudade. O Homem, apenas levanta os olhos para as estrelas e pensa: “Ama-me sempre, pois eu a ti sempre amarei”.

Perfeição

Até os anjos sentam,
Apenas para te escutar.
As suas almas deleitam,
Por te contemplar.

Os teus finos cabelos,
Que tento em desenhar.
São como suaves ondas,
Onde o céu vem repousar.

O teu calmo olhar,
Fugaz como chama.
Perdido no horizonte,
E na pena amada.

Singela és tu,
Apenas pela simplicidade.
Assim quero findar,
Com um abraço e toda a amabilidade.

Lugar onde mora a perfeição,
E termina o desejo.
És a minha sedução,
Recebe este simples beijo.

Quero agora acabar,
Este humilde sentir.
Ficar a olhar,
A tua imagem nos meus olhos a surgir.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013


Tudo criamos com ilusões que um dia queríamos. Tudo o que vivemos é uma loucura que nos conduz ao engano das coisas. Esta loucura que depois pode tornar-se em pasmos cerebrais que ninguém compreende, faz sentirmo-nos uma vergonha de quem realmente somos.
Aceitar como inexorável caminho possível a vida como grau máximo de uma escolha utopizada é uma descrença no sentido do Homem, pois a vida é um vasto leque que oferece sempre, e repito, sempre vários caminhos possíveis para a sua existência. Talvez o sentido da nossa vida não seja realmente aquele que procuramos, e é devido a isso, a esta teimosia forçada, que sentimos o tédio e o desalento a reinar no nosso coração.
A vida exige mais e melhor, por isso, talvez desta vez seja mais forte. Ou por mim, ou por ti…
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013


No processo de uma ideia, na composição desta, é necessário um jogo mental para o processo desta seja concluído. Como tal, é imprescindível uma abertura de certas restrições que o ser humano impõe no seu pensamento e que manipula a própria inspiração para caminhos que a lógica humana tanto conhece. Para criar ideias sublimes e necessárias para uma civilização que tende em ostracizar o verdadeiro conhecimento, é acima de tudo, imperativo criar ideias que valem pelo nome. Quem não está farto das ideias, como pó, que desaparecem numa fugaz extinção, passados poucos segundos de ser conhecida?
Se assim é, necessitamos de ideias novas que escorram homogéneas a par com a evolução da civilização para criar uma reformulação de tudo que envenena a dita sociedade dos indivíduos. Mas aqui uma pergunta é exigida: “Será possível banir todos os costumes e ideias que caracterizam a humanidade e criar outros novos a partir desses?
Como devemos compreender, todo o indivíduo social que é, precisa de referências. Sejam elas culturais, materiais e ideológicas. Sendo assim, é necessário a partir da génese de todo o saber criar um novo saber. Ou seja, o antigo conhecimento servir como “trampolim ideológico” para novos saberes. E quem sabe se não chegará uma Filosofia Evolutizada? Quem sabe?

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Insatisfação

Compreendo o que sintas,
Por me deixares.
Porém não me mintas,
Por não me amares.

A vida assim quis:
Nada entre nós existiria.
Não sei o que fiz,
Mas a solidão apenas havia.

Agora adormeço,
Na penumbra da solidão.
Apenas sinto,
Uma terrível insatisfação.

Tento em vão,
Os olhos fechar.
O meu ser doente,
Insiste em acordar.

Assim fico,
Como um tolo desvairado.
Talvez por te amar,
Ou não ser amado.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Saudades do Passado

Por mais que queira negar,
Todos os sonhos que tenho.
Não posso mais ocultar,
As palavras que ao coração veio.

Todas as vezes, no passado, que para ti fiquei a olhar,
E todas as palavras que calei.
Pois agora irei falar,
Porque só a ti amarei.

Os teus delicados lábios
Que me criam confusão.
É tudo o que quero,
Para satisfazer a minha paixão.

Apenas um beijo,
É tudo o que desejo.
E assim irei ficar…
Apenas por te amar.