segunda-feira, 27 de janeiro de 2014


Uma noite sem dormir. Ouço as horas calmamente a chegar, umas atrás das outras, e eu sem que feche os olhos, não adormeço! Uma terrível insatisfação enche o meu peito e eu não durmo. Estou cansado de olhar para o tecto sem que o sono chegue e revejo a cada instante a tua imagem. Que se passa de errado comigo?
Frustração, cansaço e tristeza, tudo enche o meu peito e faz que passe a noite em claro, a pensar em tudo e mais alguma coisa. O silêncio da noite abafa o meu espírito perturbado com palavras que eu espero. Mas perdidas estão, e meus ouvidos nunca chegarão a ouvi-las. Tudo é isto: sentimentos errados. E por causa disto, não durmo!
Chega a manhã do novo dia sem que eu adormeça. Todo o cansaço insuportável que sinto no meu corpo é cada vez maior e deitado na cama estou mas o sono recusa-se a aparecer. Revejo, entre lágrimas esquecidas e uma saudade apertada, todos os teus traços e o teu singelo sorriso. Mas tudo é em vão porque eu nunca poderei ter-te!
Passei uma noite a pensar em ti. Não dormi. E sinto-me esgotado. Porque motivo o meu coração ama somente as pessoas erradas? Porque quero e desejo coisas que não podem acontecer, apenas porque te amo? Entre este silêncio sem resposta, apenas quero que leves, nestas palavra e nesta noite sem dormir, ao menos uma lembrança que te amo…
 
 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


A saudade não é uma palavra, são marcas que o coração deseja novamente rever, porque entende que tudo o que passou e tudo o que amava valeu e valerá sempre a pena. Saudade é uma prova indissolúvel que o amor é verdadeiro e sentido. Como poderia ter saudades daquilo que não amo?
A noite vai longa e os pensamentos e as palavras que dissera ecoam na minha cabeça, como brisas de vento suaves. Os meus olhos vão ao encontro da chuva que bate frenética na minha janela e causa um barulho mole e cansativo. Sentado no sofá estou,  a pensar como seria bom novamente ver-te; meu peito  espera ansiosamente por falar contigo, apenas porque a saudade hoje lembrou-se de bater na porta do meu coração.
O som distante e próximo da chuva que embate na janela faz que o meu espírito fique cada vez mais leve e as minhas pálpebras obedeçam ao cansaço e assim as fecho… num movediço cansaço sonolento… Neste silêncio ouço dentro da minha cabeça como um eco gritado ao longe, uma voz fria: “Levanta-te! Move-te! Os teus sonhos esperam por ti, mas não esperam eternamente! Porque estás parado? Mexe-te!”
Acordo sobressaltado, aflito e desvairado. Em meu olhar carrego interrogações que sonho teria sido aquele. Levanto-me ainda sonolento e reparo no relógio que se encontra presente na mesa gasta ao meu lado direito. É meia noite e hoje a saudade lembrou-se de mim, talvez porque o teu sorriso ficará para sempre guardado no meu coração.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


"Transformei-me no homem de todas as desculpas para não voltar a amar. O homem que dizia não ao amor. E estava feliz. Tão perfeitamente feliz sem amor. Tão perfeitamente feliz até essa tarde no café."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014


Eu sempre fui uma sombra do que quis ser. Mera cinza apenas de ideias que o pensamento utopiza e que na realidade não passa de isso; de sonhos distantes e dispersos em névoas ilusórias da imaginação fictícia. Quais estradas nunca antes caminhadas meu desejo purga. Nada sou. Apenas um sonhador atormentado pelo cansaço e o tédio da solidão.
Caminho na estrada da rua deserta, absorto em meus pensamentos. Ouço nos sons díspares pequenos timbres de melancolia e assobios leves de arrependimento. Minhas gélidas mãos carregam em seus dedos ambições que outrora desconhecia. Estou aprisionado nesta liberdade cativa que beija a minha Alma. Sou isto: um homem livre que deseja estar preso.
“Coragem!” Ouço em meus ouvidos a voz da musa que desconheço mas meu coração ama. Levanto os olhos em sua procura, porém apenas vejo as estrelas pequenas a baloiçar no céu escuro que cobre meus olhos. Caminho rápido agora, pois sei que te posso alcançar e ouço novamente as mesmas palavras adocicadas a sair da tua voz: “Coragem!”
Agora corro, como uma criança feliz, na espectativa que te vou encontrar. Chego à porta que ouvira as vozes de alento dirigidas ao meu coração. A medo, abro a porta e para meu espanto e desanimo apenas uma imagem tua lá se encontra. Cabisbaixo vou-me embora, mas antes ouço em meus ouvidos como súplicas amorosas as palavras que alegraram meu peito: “Coragem, eu estou sempre contigo…”  
 
 

 
 
 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014



A vida é um sonho até que tu a tornes num pesadelo. Sempre assim foi: Pequenos factos desnecessários da vida faz com o que o que sonhes desabe por terra como mísero pó... Pegadas desfeitas e sorrisos falsos carregam agora as minhas memórias e um pensamento que não quero largar: uma criança desprotegida que desistiu de lutar pelas fantasias de uma brincadeira sentida.  
Não sou cobarde. Sou fraco. Estou somente farto de lutar pela vã conquista de uma felicidade superior. De facto, ela não existe. Ou se existe, apenas é como uma paisagem; é feita de momentos que o coração consegue encher. Será que a felicidade existe? Ou é apenas um sonho sonhado pela fantasia do meu ser de sonhadora criança?
Todos os dias revejo no espelho baço os olhos cansaços e o espírito de criança deserto. Minhas fantasias passadas foram tiradas e substituídas por incongruentes confusões… A vida bate-me no coração distante porque a felicidade recusava a viver comigo; a passear lentamente pelas ruas calmas da minha alma e do meu espírito. Oh vida, que criança fizeste, para tão rígidas regras tem de viver? Se somente a felicidade procura?
Sabedoria é isto, viver como ninguém e sorrir com uma falsidade que a benevolência condena. Não tenho mais que dizer que não seja pôr neste papel a minha impressão sem nexo de uma felicidade mentirosa de criança inocente. Uma criança feliz porque na noite está perdida nas estrelas que ofuscam as tristezas da vida…
 




 

domingo, 5 de janeiro de 2014


A noite cobre-me de saudades tuas. O meu peito bate mais forte quando revejo os traços da tua face desenhados pelas minhas memórias. Meus olhos passeiam pelas estrelas do céu perdido, procurando talvez, o teu fugaz sorriso na suave paz que a noite inspira.
Tento adormecer, mas a tua imagem surge como uma leve pena apaixonada que é soprada pelo meu coração ardente. Fecho os olhos. Mas em meus olhos apenas imagino os teus delicados lábios e o teu escondido sorriso. Afinal, sempre dormiste comigo, e dormirás todas as noites a meu lado dentro do meu coração…
Quero entregar-te estas palavras; pois apesar de nada valerem, levam todo o amor e carinho que te quero entregar. Sei que mereces mais, mas apesar de tudo, aceita esta humilde oferta. Porque estas palavras sempre foram para ti.
Um grito mudo balança meu espírito e faz palpitar o meu peito. Apetece-me gritar, soltar, libertar este clamor aprisionado. Contudo apenas uma coisa desejo; chegar à tua beira e dizer-te ao ouvido o grito abafado numa voz muito baixinha e lenta: amo-te…
 
 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014


Os sonhos e as matérias das vidas que outrora fora feliz nada são que mera poeira que agora os meus pés gastos pisam do ingreme chão. Quais realidades fictícias sonhava e que agora rio-me da imaturidade que essas brincadeiras da minha imaginação criava nos projectos futuros que queria realizar. Era e sempre fui um imaturo sonhador.
Agora que acordei para a realidade, compreendi que tudo desapareceu. Até os pilares mais firmes da minha vida desabaram e tornaram-se em terra seca e amarga. Tudo está escuro e até tu que me pomesteste as mais lindas promessas. Até tu, desapareceste! Apenas uma escuridão que não reconheço e terra seca rodeiam-me em trevas ignotas. Estou só, neste espaço que tanto medo me cria, eu e uma enorme escada gasta que ainda tenho que caminhar, apenas porque me deixaste assim… Só e uma escada;