terça-feira, 3 de março de 2015

Loucura


Era louco se de loucura padecia
Por querer beijar
 – Provar –
Os teus lábios de rosas
Encarnadas
Que em meus sonhos encontram abrigo.
Mas de loucura a alma ferve
Quando a tua imagem, na ilusão, se desvanecia.

O teu toque nos meus ombros ainda permanece
Como uma mensagem esquecida.
Na glória da noite fria
Eram os teus lábios
– Aqueles que ofereceste –
(Com o teu peito)
Que me aquecia.
 
Agora estou cansado
E tudo é passageiro como luzes da noite.
Guardo, na minha loucura lúcida, tudo o que és.
O meu desejo.
A minha salvação.
O meu único arrependimento.
E amo-te assim:
Na minha loucura.

Digamos, então, que sou louco.
Louco por te amar.
Louco por te ter.
Louco por te beijar.
Louco para, em ti, poder
– o meu coração –
Abrigar.

Singular beleza em teu sorriso mora
Como uma pena a voar.
Porque por muito que o procure
Está longínquo demais para achar.

Arde em meu peito
A loucura de te achar.
Acho-te na noite; encontro-te nas estrelas.
Para por mim velar.

Se em loucura te amo.
Em loucura vou continuar.
Porque talvez um dia
A loucura me vá encontrar.
 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário