terça-feira, 27 de agosto de 2013


A vida para mim foi sempre um mero dado desconhecido que nunca cheguei a conhecer verdadeiramente. Sempre tive receio e medo de arriscar fosse o que fosse na minha vida; por isso, vivo numa gruta isolada do mundo. Uma gruta cheia de sombras e fantasmas que não perdoam a minha falta de ambição, e cercam-me em correntes de sofrimento e de dor
Certas vezes, fico hirto no meu sofá sentado, a pensar com eternas interrogações em nada. Nada que é pura e simplesmente nada. O vazio oco e opaco que sinto é tão grande que, às vezes, tenho dificuldade em respirar devido à solidão sofrida que transborda em desespero no meu peito. O meu corpo, devido a este aborto da realidade, sente-se tão frágil e cansado que não consegue manter as pálpebras abertas…
Mas não quero adormecer! O tédio com leves toques ligeiros de abulia faz-me permanecer sentado a pensar… A pensar em nada que posso fazer para a minha vida que é nada, em nada mudar para nada. Porque nada sou. Apenas sou nada…
Sinto uma mágoa seca e perturbante a embater-se, pesada e desconfortante, nas minhas costas. A ilusão sonhadora de ter uma vida melhor faz nascer tristes lágrimas nos meus cansados olhos e desespero no meu coração. Acreditava, que o futuro poderia trazer novos caminhos para os meus pés pisarem. Mas nada aconteceu. A monótona espera da mudança de rumo da minha vida originou amargura no meu peito, por nada acontecer. Que irei fazer, se a minha vida nada mais é do que uma solidão sozinha?
Agora, não sei o que sinto ao certo. Uma angústia difícil de exprimir isola o meu coração de toda a alegria que outrora sentia. Dor, cansaço e infelicidade banham os meus pensamentos obscuros, que tentam adormecer todas as recordações dolorosas que agora foram apagadas.
Enfim encontro algo que me satisfaz a minha tristeza: o revolver pesado e frio metálico do meu pai. Ao encosta-lo á cabeça, sinto como seria agradável acabar com todo o sofrimento, apenas com um só disparo. Mas algo trava-me. Um cansaço insuportável faz-me deitar na cama e sonhar… Sonhar apenas como seria bom sonhar ter uma nova vida e esquecer que certas existiram… Assim fico, e assim adormeço.

domingo, 25 de agosto de 2013

Eu apenas sou. Sou o que existe. O que existe em mim e nada mais. Afinal, sou uma merda. Uma merda ambulante e repugnante que irrita os outros com coisas que só me diz respeito. Para que chateio os outros com coisas que não devia? Porque falo e não esqueço as pessoas que não merecem? Com que sentido e desejo, tenho eu de falar; somente apenas para simplesmente falar contigo... A noite vai adiantada, a aurora do novo dia começa, numa embriaguez doentia, a teimar em surgir. E assim fico, como uma criança triste, abandonado no mundo, a chorar mágoas duras e frias que causam sofrimento de uma vida que queria ter. Mas, enfim compreendo que nada é como desejo. Não te tenho! E eu... Eu sou uma merda que ninguém quer saber se sorri ou se chora; se vive ou se morre. Contudo, ouve-me: eu quero-te mais do que tudo. Bem sei que é impossível, mas eu sinto que nada sou sozinho. Agora, o sol começa, por fim a mostrar o seu sorriso estúpido, e eu fico a contemplar a sua beleza e a pensar como seria bom eu ter-te a meu lado... Apenas para te abraçar e dar-te toda a ternura e carinho que mereces. E assim ficávamos os dois a trocar carícias e olhares doces porque o destino assim o quis.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Portugal e o Futuro

Muitas vezes perguntamo-nos que Futuro teremos para este país, que já anuncia a sua morte à bastante tempo. Caímos na realidade dolorosa e ficamos rendidos às evidências que todos os dias explodem no noticiário fugaz que, em menos de meio minuto esclarece que estamos afundados numa crise sem fim há vista. Mas uma pergunta é aqui exigida, ou quem diz uma, diz várias: Quando começou, efetivamente esta crise? A quem devemos? A culpa será nossa? Ou dos outros países? 
Se reparamos bem, Portugal nem sempre foi “um mestre” a gerir os seus dinheiros. Ao analisarmos historicamente, o País e as suas matemáticas nem sempre foram de régua e esquadro. Nomeadamente no século XVIII, no tempo áureo do ouro do Brasil e das despesas colossais do rei magnânimo D. João V, existiram investimentos desnecessários e sem sentido, onde obrigaram as gerações futuras a encargos financeiros deveras penosos e atrozes para pagar o dinheiro que foi emprestado pelos credores.
Após anos de distância em nada mudou o espírito do povo português, apenas talvez os nomes, as pessoas e os países em questão. Quando Portugal entrou efetivamente para o União Europeia no ano de 1986 esperavam-se anos gloriosos acompanhados por um desenvolvimento rápido e veloz num país atacado pela ruralidade e por uma mentalidade retrógrada. Para isto, entraram “rios” de dinheiro em naus vindas da Europa nominados de “fundo perdido”, onde apenas tinha-se se pagar 10% do que era emprestado. Com estas facilidades em fazer nascer dinheiro no país, Portugal começou numa explosão evolutiva a investir em meios não-transacionáveis que mostraram-se mortíferos para os anos que se seguiam.
Sem margem para dúvidas apesar de séculos de distância, em nada mudou. Investimos o dinheiro em coisas que não valiam e não traziam investimento, muito dinheiro foi desviado para extravagâncias de privados e o povo, como a história nos ensina, é que paga “as favas ao dono”. A culpa, como muita gente apregoa, não é da Europa, não é da Alemanha e também não é do FMI\Troika. A culpa somente é dos ignorantes, corruptos, falseadores e hipócritas governantes e políticos que geriram e governaram este país ao longo destes anos. Agora se me perguntam, o que o governo está a fazer é legítimo e compreensível, apenas uma resposta é possível; Acordai, a ilusão acabou, não há dinheiro e não somos ricos. Temos de pagar de alguma maneira. Os milagres acabaram e Jesus Cristo já passou pela terra à mais de vinte séculos. Assim caminhamos, sem esperança, num futuro hipotecado e num estado disfuncional, mas o que fazer? Sem dinheiro e com dívidas não somos ninguém. Mais vale pagar a dívida, com esforço e dedicação do que ser vendidos a outro país ou ser expulsos da Europa, assim é que o futuro era muito mais negro. Enfim… Apenas uma recomendação: O Futuro somos todos nós, lutemos por um melhor.

 

Lágrimas Corridas

O rio que o meu ser relembra na escuridão,
Das lágrimas secas que de amargura deixava.
Era como uma passageira solidão,
Que o peso nos meus ombros deixava.

As lágrimas secaram
Nas rompantes folhagens.
Pois as tristezas passaram,
Para além das ilusórias margens.

Fico assim a contemplar,
A água nos rochedos a correr.
Não tenho forças para a realidade voltar,
Assim fico a adormecer…

A vontade cede
Perante a súbita inércia.
O meu pensamento adormece,
Na negra e oculta pena néscia.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mensagem Perdida

Apetece-me escrever sem mágoas de qualquer coisa que não sei!
Nem regras que me impune
A espontaneidade do presente
E a rejeição do futuro.

Que louca lucidez rebenta nos meus olhos,
Em palavras aqui e acolá.
Fervo e explodo
Em múltiplas frases ocas de nada.

Assim saem: Num jacto incorpóreo de inspiração,
Que se encerra na noite da solidão.

Ah! Que prazer ferve e palpita nos meus dedos  por te escrever.
Linda, perfeita e adorável és tu.
Em ti encerra todos os meus volucres sentimentos.

(Ah… Chora… Chora…
Chora com mágoas passageiras.
Pois onde a solidão mora,
Desaparecerá nas águas das ribeiras.

Que saudades sinto dos teus beijos
Gulosos, doces e amargos.
Como era tudo perfeito.
Como tudo era. Enfim, era…)

Luzes, luas e estrelas
Tudo isto embate na minha fronte.
E escrevo… Escrevo como um louco
Que te quer possuir em eternas recolhas de carícias.

Enfim! Levanto-me da cadeira.
Olho para a janela.
Uma escuridão azulada sorri-me com amargura…
O barulho citadino frenético e irritado da noite
Como uma sinfonia toca nos meus ouvidos…
Oh! Que maravilha da humanidade que afugenta a minha solidão.

Assim, com este embalo suave
Relembro-me “das tardes contigo”
Em que suaves palavras dizias que eu era tudo para ti.
Ao recordar-te: Assim adormeço novamente sentado,
A ver-te e ouvir-te apenas. Que nada és… Apenas uma ilusão!
Sabe porque motivo não te entendes? Porque o ser humano foi feito para não ser entendido. Não vale a pena questionas-te. Descobres uma porta, abres umas infinitas: Assim é o Homem...

Choro por ti

Eu choro por ti…
Lembro os momentos felizes que passamos!
Porque não me ouves?

Eu estou ao teu lado.
Porque fechas os teus ouvidos?
Porque insistes e não me escutas?

O meu corpo desfalece por falta do teu…
Os meus braços morrem por falta dos teus!
Os meus olhos choram por falta dos teus…

Vem comigo!
Deixa os problemas e as dificuldades subterrados,
Na força do nosso amor!

O meu amor resume-se a uma palavra,
A um momento,
A uma pessoa: a ti!

Eu não finjo!
Nem minto…
Eu sei o que sinto!

Amo-te só a ti!
És o meu fado,
O meu destino tocado!

Numa harpa celestial.
Amo-te só a ti,
Musa Fatal!

Esta poesia só uma coisa diz:
Faz-me feliz!
Quero-te ao meu lado na praia,
Com os corpos molhados.
E beijar-te os lábios salgados…

E tudo acabará assim?
Será o fim?
Não! Ama-me só a mim!
Porque eu só a ti amo! Verás assim?
Porque penso em coisas que não vale a pena? Porque sonho com pessoas que não merecem? Porque caminho por caminhos que não devia? Talvez a minha vida se conjuga a uma bussola que me norteia para o caminho contrário.
O meu sonho era voltar a trás e dizer tudo o que devias ouvir. Agora entendo que fui Hipócrita e Covarde. Quem sabe se não entendeste o que eu queria dizer e não o disse?
Onde está o desejo que tanto sentia no meu coração? Apagou-se? Extinguiu-se? Desapareceu?; Onde está as imagens que tanto queria gravar no meu coração? O que fiz eu para parar nestas macróbias interrogações? O que existe de errado comigo?
Quero apenas o silêncio para adormecer nestas culposas interrogações, quem sabe se amanhã não saberei o teu nome e tu o meu? Apenas somente porque nos amamos demais...

Naquela Tarde de Novembro

Ó musa bonita, onde vais?
Eu? Vou para a casa dos meus pais.
Também te posso acompanhar?
Para podermos falar?

Que se passa João?
Qual é a tua preocupação?
Não te preocupes, são coisas do coração…

João, João… Estamos aqui para falar!
Não para calar.
Quem só sabes amar?

Queres mesmo saber?
Não o sei como dizer.
Nem o que fazer.

Que importa?
Palavras para quê?
A minha boca está morta!
Chega perto de mim…
Quero dizer-te o que sinto.
Vem… Eu não minto!

Amas ou não?
Partilhas a mesma paixão?
Que queres que te diga, João?
Amo-te no fundo do coração.
Será que isto aconteceu?
Só na minha imaginação…

A Morte

Sou a podridão,
Que entra na escuridão,
E que te para o coração.

Sou a palavra mais desprezada.
Porque não serei amada?
Quando atuo, só vejo a face molhada…

Que tristeza… Comigo não existe perdão!
Só existe lamentação,
E medo!

Rasgo vidas e aventuras!
Comigo não existe felicidade,
Só existe temor,
E, talvez dor!

Porque sou assim?
Porque ninguém gosta de mim?
Serei assim tão má?

Alguém tem de fazer esta investida!
Para acabar com a vida!
Como seria se não existisse a morte?

Seria tudo tão monótono e cansativo!
Ninguém morria!
Que acontecia comigo?
Desapareceria?

Eu tenho que existir,
Para o processo natural da vida surgir,
E a vida ser um sonho só a fingir!

Eu sou assim!
Cruel e assassina!
Mato sem levanta dedo…

Não tenhas medo!
Porque foges de mim?
Tu morrerás no fim…

Eu sou a morte!
Sou uma palavra feia e medonha!
Reza, para teres sorte!

À Procura da Inocência

Tombou a alegria da minha infância,
Vejo a inocência a fugir, à distância!
Eu choro e corro,
Mas a infância não vem ao meu socorro.

Foge e dispersa-se cada vez mais…
Aí, eu desfaleço e não posso mais.
Caio no presente,
Soluço, e sofro sobre o corpo doente.

Eu desejo. É a inocência que procuro!
Porém, o coração torna-se num véu escuro…
Porquê? Sem ela o coração é nada!
Eu limpo os olhos, e vejo o negrume da madrugada.

Para fazer poesia

Para fazer poesia não é preciso rimar!
Basta falar.
Usar a imaginação.
Para além do coração.

Quando escrevo poesia,
Dizem que Minto!
Mentira! Apenas finjo.
Para além da minha Razão…

Eu apenas imagino.
Brinco com palavras,
Fantasio sentimentos mudos.
E ouço Beijos Surdos.

Poesia é isto?
Poderá ser…
Que confusão!
Que poema irei agora fazer?

 
*Dedicado a Fernando Pessoa

Musa Delicada

Tens um nome delicado,
Que não posso escrever.
Talvez, por não ser amado,
Não te sei entender.

Desculpa por não te perceber,
Mas, eu não sei o que fazer!
Eu desejo-te mais do que tudo;
Porém, o meu amor é mudo.

Porque não sei explicar,
Se é desejo, ou amor para ficar.
Tenho gula de querer-te consumir.
Tenho vontade, ui que vontade, de te querer possuir.

Aí, sinto esta proximidade, e que proximidade…
É reconfortante… Saber como estas ideias me fazem sorrir.
Como o tempo pára e me confunde.
Tudo para que eu consiga desfrutar,
Da tua imagem ociosa que me faz sonhar.

Paixão ou Tentação

Que tédio de viver.
Só me apetece morrer.
Por não te ter.

Passo noites sem dormir,
E dias a fingir.
Como irei resistir?

Eu quero-te!
Eu desejo-te!
Eu só por ti suspiro.

Basta! Basta! Basta!
Basta de Utopias e Musas escritas em folhas!
O amor é feito de escolhas.
E eu, escolhi-te a ti.

Não sei se é amor,
Se é tentação.
Só sei que sinto fervor,
No meu pobre coração.

“Talvez, por tua beleza singular,
Não sei como pensar.
Mas os meus olhos só para ti sabem olhar.
Beleza tão doce que me faz sonhar.”

Assim me tornei num poeta sonhador.
Cujo coração está atormentado,
E o peito congelado,
Pela tua beleza que me causa dor.

Não sei se finjo ou se minto.
Eu simplesmente sinto,
Com o coração.
Será tudo isto paixão?
Ou tentação?
Pela tua aparência?
Pois só sinto sede da tua presença!

Não devemos ligar a quem é estúpido, ignorante, mas superior – o artista. O artista não é de ninguém sem as suas ideias. Mataremos a escumalha à escória na sociedade que corrompem os modos e leis universais desta.
Seremos o grito de esperança no fundo dos corações das pessoas; seremos o grito de revolta, de protesto, de mudança. Não seremos mitos, mais  ideais a atingir! Não devemos ter medo!
Não ligues aos poetas, pois nem estes sabem o que sentem; são meras peças de xadrez a serem derrubadas pelos ventos dos fortes. Ama a Filosofia! – Pois só esta pode te levar ao nada e não ao senso comum. Não te preocupes com os outros; preocupa-te com as tuas ideias. Não tenhas medo de pensar, de inventar e de produzir conhecimento.
- Sê superior! – diz o sábio.
- Eu esperava ser repudiado e só ouvi aplausos! – diz o ignorante.

Os pensamentos são como sementes, tens de deixar morrer no teu coração para dar flor, no teu pensamento! Mas, cuidado, existem “ervas” que, por vezes, a querem sufocar; Não tenhas medo de lutar contra o feroz inimigo – o Medo!

Terás coragem?

Entre o grande Desconexo

Entre o grande desconexo,
Num mundo que gera violência e pensa em sexo!
Estamos perdidos no mar.
Porque não sabemos amar!

O mais próximo!
O ser Humano está doente,
Numa sociedade decadente.
Tem que tomar uma atitude inteligente!

Temos que mudar!
Temos que lutar!
Para o degredo acabar,
E a Utopia reinar!

A sociedade varia,
(como a poesia.)
A Humanidade é assim!
É uma continuidade sem fim!

A sociedade varia,
Porque é; e será uma Utopia!

Mundo Utópico

Morro de angústia,
Perco os sentidos no mar.
Caio, e fico a berrar.

Sinto as pernas pesadas.
Berro! Mas as palavras são abafadas.
Não compreendo; Porque não me ouvem?

Grito, mas a água silencia a minha voz.
Luto ferozmente contras as ondas traiçoeiras,
As minhas mãos mão desistem, são como guerreiras.

Sinto o corpo a afogar…
Não! Parem! O que se está a passar?
Não posso agora parar.

Sinto os braços cansados,
E os dedos torturados.
Não! Tenho de tentar…

Apesar de estar a sofrer,
Vou continuar…
Porque não quero morrer.

Mas, não consigo mais… Tenho de parar…
Aí, começo a afogar.
Que Luz é essa no fundo do mar?
Que bela! Vou desmaiar…

Procuro-te

Todas as vezes que para ti fiquei a olhar.
Calei-me. Mas só te queria abraçar.
Mas porque te amo, não soube falar.

“Porque quem ama, nunca sabe o que ama
Nem o que ama, nem o que é amar.
Amar é não pensar.”

Amo-te! Por isso procuro-te.
Navego com os dedos no teu rosto.
Imagino os teus lábios molhados.
Choro! Os nossos corações estão recortados.

Porém, eu procuro-te.
Antes que a noite encerre
Na solidão.
Amo-te, és a minha proteção.

Pintura Inacabada

Hoje apetece-me inventar,
Afastar o medo e te abraçar.
Ver a tua imagem a pairar,
“Beleza tão doce que me faz sonhar”.

Quero pintar o teu olhar,
Numa tela abandonada.
Porque não me envergonho,
De te amar.

Quero pintar o teu sorriso queimante,
E toda a forma do teu ser.
Amo-te! Mas acho que me vou perder.

A tela pronta acaba em letras…
Em meros sinais…
Acabou? Não! Quero-te mais…

Mar Protetor

Oh mar sereno,
Oh mar meu.
Dá-me o cheiro ameno,
Do azul teu…

Bate ferozmente na rocha,
Revoltoso.
Porque ninguém te compreende,
Oh mar que me defende.

Não sei se existes ou se és apenas uma ilusão.
Apenas sinto, a tua proteção.
Vem comigo, oh mar.
Protege-me da perversidade.
Porque este mundo, está entregue à maldade.

És como um cavaleiro negro,
Na noite escura.
Ninguém te reconhece,
Com o teu ar de secura.

Obrigado, oh mar, por me protegeres.
Porque os meus inimigos tecem
Balas seladas.
Mas tu, afogas,
E acabas por apagá-las.

Mar meu, eterno mar.
Meu protetor e guardião.
Quero em ti mergulhar,
Na penumbra, na solidão…

Sou a tua solução

Como um suave limiar,
Escuto o ar a passar.
Escuto vento, escuto mar,
Escuto o teu coração a parar.

Quando a jornada for dura,
E a força já te faltar.
Olha para a minha figura,
Só ela te pode ajudar.

Por favor! Eu te peço:
Não desanimes na solidão.
Vais encontrar uma solução.
Porque eu amo-te, no fundo do coração.

Este é o meu ultimo clamor.
Por tanto te amar,
Solto um grito de dor.
Olhos confusos que me fazem sonhar.
 

Poesia e Filosofia

A poesia,
É a análise da filosofia.
É o fito de verdade,
Numa sociedade de mortandade.

A poesia é uma pérola no mar,
Uma aventura a explorar.
É uma filosofia de vida,
É uma dor que angustia.

A Poesia e a Filosofia,
São uma flor que está prestes a desabrochar,
São uma Utopia prestes a reinar!
Numa sociedade que falta o significado de amar.

Ânsia do Passado

Neste suave canto,
Fito pasmado.
O longe encanto,
Da saudade do passado.

Ah! Como recordo com tristeza,
A minha infância feliz.
Com um olhar de frieza,
Digo: "Que criança contente! O que te fiz?”

Normalmente não choro.
Penso. E escrevo por nenhuma razão.
Mas não é aí que eu moro!
A minha Mente sucumbiu à perdição.

Por muito que tente, não consigo explicar.
É de uma complexidade enorme,
Que nem sonho em estudar!
Adormeço, lento, por muito tentar…
Na minha Alma disforme,
De substâncias elementares.

Espelho de Dor

Boiam os meus pensamentos,
Desatentos,
Desassossegados,
Desesperados.

Tremo de medo…
Entro em choque com a Razão.
Grito!
Porque não sei se é realidade ou ficção.

Aí, sento-me defronte ao espelho.
Olho para o meu corpo velho.
E pergunto, tristemente:
“Serei eu? Que desespero…”

Imediatamente,
Como um feixe de luz.
Observo os meus pensamentos,
Do inconsciente a tornarem-se consciente!

Será real?
Será sonho ou realidade?
Entro em eco interior, (Meu Deus! Que Dor!)
Como uma ponta que fere a minha Alma inferior…

Compreender as pessoas? É evidente que a sensibilidade me falta, mas não procedo por ignorância. Às vezes, ocorre-me certos pensamentos de monotonia, de tédio e de cansaço, mas ignorância não faz parte dos meus vocábulos utilizados.
É evidente que o Mundo é uma sinfonia de pessoas ignorantes. Uma sinfonia desajeitada, rápida e acolhedora. Coragem ignorantes! Só vos faltam as qualidades!
Compreender o vosso funcionamento correto do cérebro ultrapassa a minha racionalidade, ultrapassa a minha lógica; ultrapassa a minha racionalidade, ultrapassa a minha Loucura! Obviamente, que é de louvar a vossa persistência de adquirir o que é estúpido, obsoleto e inacreditável! Não estou contra as vossas ideologias, apenas refuto os comportamentos utilizados na vossa vida. Mas, não tenhais medo da minha crítica, eu apoio-vos ignorantes. Coragem! Sede ignorantes toda a vida! Porque uma vida sem pensar é uma vida feliz. Força, Ignorantes!

A dor do Coração e da Razão

O tempo surge, emerge na solidão.
O espírito repousa, os pensamentos vão…
Que absurdo! A minha vida é uma dor que enclausura.

O modo trágico como vejo a a realidade,
Não é absurdo! É a realidade em decomposição.
É o emergir da maldição!
Chega! Tenho de encontrar uma solução…

Alguns recorrem ao inconsciente,
Outros, ao ilogismo…
Que estupidez!
Isso é uma Utopia escrita na Mente!

O erro que comentemos é não pensar!
Damos demasiada importância à emoção.
Que fracasso! Para de Utopizar!

Eu, porém, procuro pensar.
Fragmento-me em pequenos detalhes.
Divido-me num vasto universo de desconexo lógico.
Grito! Porque estou na loucura a entrar.

Sentir? Pensar?
É algo isolado e raro que me faz chorar!

Aturar pessoas estúpidas? Bem sei que a minha maneira de pensar, agir e ver a realidade social é diferente dos outros. Os problemas que me interessam, não são necessariamente aquilo a que os outros chamam “problemas”. Assim, eu não compreendo as pessoas estúpidas, que se acham inteligentes.
Ouvi, pessoas estúpidas, peço-vos que me deixem em paz! O meu desejo é distanciar-me de vós, ignorantes. Sinto uma repulsa, uma repugnância severa da vossa forma de aproveitamento do que é estúpido.
Compreender-vos? É impossível! A problemática que surge na relação entre mim e vós, pesa-me. Toda a ideia de ser forçado a um contacto com vós produz-me uma angústia difícil de definir. Chega! A única ideia que tenho destas pessoas estúpidas é que não passam de putéfias que exploram a amizade “inexistente” da nossa relação. Não passeis de Galdérias

O Homem e Portugal

O Homem não sabe,
Não quer saber,
Nem nunca saberá…
Porque na vida, não se quer incomodar.

Cambaleando pela vida,
Sorri…
É ignorante!
Não consegue ver que está tudo mal?

Que importa?
Ninguém quer saber…
Seja bem-vindo:
Isto é Portugal!
         “Tédio de nada sentir. O tédio de sentir tudo”. A vida se resume a isto. A fragmentação acontece, quando o mistério e a dúvida do desconhecido nos estala na cara da vida como uma pedra fria.
A vida é um ponto. Um ponto para onde? Um ponto para o desconhecido. Um desconhecimento disforme, negro e duro. Por isso, temos comportamentos inesperados. Parecemos baratas tontas a vaguear pelo Mundo. Não passamos disto: Somos baratas tontas a vaguear pelo Mundo.
O nosso desconhecimento do mistério da vida cria em nós uma certa angústia difícil de definir. Devido a isto, recorremos a filosofias e ideias criadas pelo Homem, para nos libertar dessa angústia. Recorremos ao facilitismo, ao ilógico e estúpido. Que fazer? Não podemos fazer nada, assim a vida é: “O tédio de nada sentir. O tédio de sentir tudo”.

Ignorância Lerda

Há pouco, uma pessoa, atrapalhada me veio dizer.
Que não sei escrever.
Porque os sentimentos não sei descrever.

O que posso dizer deste comentário?
Que a pessoa em questão,
É lerda, porque não entende a minha Razão!

Fico irritado com esta situação!
Fico fulo com estes banais,
Procurando, por vezes, serem sentimentais.

Que posso fazer?
Ignorantes! Que pobres que são…
Ide para longe, para ouvirdes o vosso dito coração!
Meras ideias pensadas da inércia do nosso inconsciente. A minha mente sente-se confusa entre esta ânsia solitária de querer adquirir uma filosofia ridícula que não me leva a lado nenhum. Esta filosofia, de noções incompletas, e meias-verdades, cria no meu raciocínio uma angústia difícil de engolir. Contudo, eu engulo em seco, sem saber a verdade completa.
Esta angústia de não saber o que é verossímil, faz-me criar ilusões e sonhos Utópicos na minha Vida. Crio, na minha mente, uma linha ténue e frágil, entre a ilusão e a razão. Fico atónito, como um sonhador fatalista a ver a minha escada espiral lúbrege e escorregadia dos meus pensamentos sublimes. Entre o sonho e realidade, não vejo nenhuma diferença, apenas, pequenos detalhes.
Na vida, todos temos sonhos. Uns mais realistas, outros mais ilusórios. E a meu ver, uma vida sem sonhos, era um erro fatal! Contudo, a qualidade de realizar estes sonhos é a persistência. O que diverge de acreditar dos meros sonhadores e dos sonhadores é a persistência de acreditar na semente minúscula do sonho. O sonho é o barco, nós, “os escritores”, somos os marinheiros e a fé é o leme. Terás coragem para acreditar no que a sociedade rejeita? – O sonho?

Sangue Poético


O meu sangue está seco,
Pobre
E frágil.

Não corre nas minhas veias.
Grito e fico sem ar.
Parece que estou a desmaiar…

Tudo é estúpido e inútil!
A minha Mente repugna
E sente ódio a tudo que seja fútil.

Alguns com sorrisinhos
E modos delicados.
Indicam-me leis e normas a seguir.

Sinto fúria a estes charlatães.
Basta desta gente vendida
E traidora como Judas.

Não suporto mais esta humilhação.
Basta!
Sois como larvas tumulares,
A impedir a minha Razão.

Porque insistis em eu seguir as vossas leis?
Ide vós!
Tendes a vossa estúpida filosofia,
Que não me leva a lado nenhum.

Sois fracos!
Não passais de nefastos abutres
A comer a glória da minha Vida.

Chega…
Chega de ideias, de Utopias,
De opiniões insignificantes como as vossas!

Chega!
Não suporto mais esta aldrabice!
Chega ao cúmulo, de por vezes, ser burrice.

Sinto fúria e rango os dentes!
Por vós…
Que não passais de indigentes.
As vossas palavras,
Estão revestidas de Mentira,
E de veludo.

Não passais de escumalha,
Impotente, ignorante
E cega!

Chega!
Chega desta mentira,
Deste ultraje
Desta Blasfémia.

Sois retrógrados
Insignificantes
E imorais.

A vossa vida é esta:
Corromper os modos
E impor a boçalidade.

Não passais de macacos,
De hienas
E raposas.

Sois mentirosos,
Hipócritas
E abusadores.

Chega de indelicadeza!
Porque quem se preocupa com os tais,
São a eles iguais.
São estúpidos animais!

Ser poeta

Ser poeta é ser sofredor!
É suportar a dor!
Da vida, a rejeição!
E na morte, a admiração!

Banda de hipócritas e insolentes!
Porque pensais em seres diferentes?
Aceita o que é diferente…
Repulsa o que é banal…
Para a tua vida ser especial!

Ser poeta é aclamar rios e florestas!
Explorar o Mundo e ter novas metas…
É amar a Natureza…
E amar a vida…

Ser poeta é ser a voz solitária,
num Mundo que asfixia,
as nossas palavras, a nossa voz,
é ficar na terrível noite a sós!

É cheirar a podridão,
da rejeição…
Só por dizer,
o que vai na alma e coração!

Ser poeta é ser um simples caminhante da vida,
Enfrentando ventos e desertos…
Para no fim…
Escorregar na Desgraça da Mentira!

Rosa Fugaz

Apanha os botões de rosa.
Apanha os botões de rosa que puderes.
Não atrases...
Amanhã já é tarde!

Ama  a vida infinitamente.
Corre, grita, berra,
Beija, abraça,
Chora!

Beija quem queres,
Abraça quem puderes.
Grita quando podes.
Porque o Amanhã virá;
E aí já será tarde...

Quando caminhas pelo nevoeiro do bosque
E vês as duas estradas da vida.
Não tenhas medo...
Escolhe a menos usada.

Beija a vida com beijos doces.
Sem temor nem medo.
Aproveita o dia sem um nunca.
Porque um dia será o fim nesta Terra funda!
A diferença faz que eu ame cada vez mais a anormalidade das coisas. Amo-te como és, vida minha, apenas és diferente. Agora falta encontrar um sorriso para reconfortar as minhas mágoas.
A ilusão e a realidade fundem-se para criar esperança em ti
Quero estar naquela sensação apática de nada sentir...

A vida é só um dia

Várias vezes pensei em morrer,
Mas parei...
Porque não queria sofrer,
Por alguma coisa que não sei...

Larguei a pistola gasta,
Sobre a cama.
Porque não tive coragem,...

De passar a crua margem.

Comecei a chorar como um menino,
Suspirando e gemendo de dor.
Atirei-me para o nu chão,
Com olhos frios de pensador.

(Porque razão me iria matar?
Não faz sentido. - É uma conclusão.
Para de chorar...
A vida tem sempre uma Razão!

Razão?
Razão em que sentido?
Olha para mim...
Estou perdido!

Porque estás a lamentar?
A vida é tua...
Pega com fortes mãos; não a deixes largar...
Esta é a verdade: fria e nua.)

Levanto-me e caminho para a porta,
Abro com a minha mão morta.
E sorrio e digo:
A vida é só um dia.

Críticas Idiotas

Alguns dias atrás
Vieram-me dizer.
Que não sei escrever,
Porque sou bruto e nas minhas palavras a violência traz.

Estúpidos anormais…
Que nada entendem
Das minhas palavras....

Porque me preocupo com estes animais?

Fico bruto e escrevo sem parar
Porque não aguento esta burrice,
Dos críticos da minha obra.
Sim, sim, sim… Basta! Já sei de sobra

Que não consigo escrever com lucidez.
Mas, por favor, parem com esta malvadez.
Arre… Que mal fiz eu ao mundo?
Não posso estar sozinho?

(Ah, que saudades da minha solidão…
Aquela solidão voluntária que se quer ter.
Aquela sensação de liberdade presa no silêncio
Interior do meu ser…)

Quero estar sozinho!
Porque não me ouvem?
Porque lançam críticas sem fundamento?
Continuem assim, seus estúpidos,
Quem sabe? Se a burrice não dá um aumento?

Sabem que mais?
Um idiota encontra sempre,
Um maior idiota que ele.
Continuem na idiotice…

Força!

O Futuro do Amanhã

Por muito que hesites,
Não posso explicar.
Porque olho para ti,
E não te consigo falar.

Olho para os teus cabelos
e fico a imaginar.
Como seria belo,...

Um dia eu os tocar.

Desenho os teus finos lábios,
Nas águas do mar.
Porque acredito,
Que um dia me irás amar.

Por mais medo que tenha,
Não me posso acobardar!
Porque sei que no futuro,
Estarás na minha vida a me acompanhar.

Modéstia Aparência

Quem te disse que o rio corre sempre?
Quem te ensinou que as águas são claras?
Quem te corrigiu quando estavas errado?
Quem te aplaudiu quando estavas certo?

Chora…
Nada vale.
É tudo aparência....

Ninguém sabe,
Porque a sabedoria é a ignota ciência.

Porque lutas?
Porque anseias?
Não desesperes.
É tudo em vão…

Olha para o Mundo, que vês?
É tudo um manto invisível de infâmia.
É a vida que assim o é:
“Um abismo que permanece de pé!”
O meu objetivo sempre foi morrer. Não encontro outro. A minha vida se resume a isto: A minha própria Alma é uma coisa exterior. Não existe! Deus, fez da minha Alma uma mera árvore decorativa. Ele diverte-se a brincar com o meu angustiante sofrimento. Eu paro de caminhar na baixa fria e penso: “O que sou para eu mesmo?”.
Sinto o meu corpo tão pesado, que o próprio peso mísero da minha roupa pesa-me...
no corpo. Sinto um cansaço leve nas minhas pálpebras que nem as abro direito. Faço um esforço monstruoso para prosseguir a minha caminhada reflexiva matutina.
A passar pela Igreja Ilusória da minha Mente, faço uma bênção e rio. Abafo o meu riso filosófico com a dura realidade. Estas neologias macrobias, criam no meu espírito, uma perturbação filosófica, que eu, caio no chão e digo: “Que vida é esta? Não importa… Estou num Mundo Anormal.”