quarta-feira, 4 de março de 2015


Encontro-te em cada estrada que percorro na noite deserta. Consigo identificar, em cada espaço vazio, a tua presença. Cada caminho é o nosso caminho que se constrói – sem nos darmos conta – como uma complexa teia incorpórea de sentimentos que um dia – talvez quem o saiba – nos vamos encontrar verdadeiramente. Se queres saber; Não sei para onde caminho. Sei que o meu coração desta vez guiar-me-á para ti. Ou mesmo não o saiba, mas sinto. Não foste tu que me acusaste de insensível? Serei agora – ouve-me – aquele que te procura com o coração. Aquele que, no seu estado profundo de loucura, amar-te-á sem reservas. Provavelmente estas palavras nunca chegaram ao seu destino; quiçá – e isto é apenas uma suposição da minha parte – eu nunca te encontre; todavia não desistirei de procurar. Porque, afinal de contas, és tu que vais-me encontrar. É estranho mas a procura é feita da descoberta e a descoberta acha-se no outro. E o amor encontra-se quando se descobre que o outro é único. Ama-se verdadeiramente pela unicidade da outra pessoa. Não encontro outra razão para o amor verdadeiro.
Já reparaste na Lua? Ri-te. Observa-a. Acho que nela encontro o teu sorriso. Aquele sorriso envergonhado e tímido que me fazias quando eu te chamava, descaradamente, bonita. Quando, na tua desconfiança, eu dizia que te amava mais que as palavras que te entregava. Porque, acima de tudo, o nosso amor; o amor verdadeiro e sincero que vivíamos não se podia descrever em tão poucas palavras que carecem sempre de um significado que só o amor conhece. Já viste a Lua? Diz-me ao ouvido, como uma promessa, como um beijo que tanto aguardo, se nela não encontras o teu sorriso. Agora peço-te que vejas a noite, as estrelas. Se observares com cuidado vais encontrar cada palavra que te entrego: saudade, amor, carinho e felicidade. Quero que adormeças com as minhas palavras e que amanhã, deitada na cama, quando abrires os olhos me encontres chegado à tua espera.   


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