segunda-feira, 12 de maio de 2014


Sempre foi difícil esquecer-te. A cada momento recordo o teu sorriso perdido na ilusão, das palavras esquecidas na memória e das promessas ultrapassadas pelas mentiras. Na noite longa do silêncio, nos meus pensamentos, contemplo o céu tecido de estrelas e relembro-me de cada traço do teu rosto que eu antigamente desenhava com o meu olhar. Eras tu. Somente tu que eu desejava, mas tudo acabou naquela estupidez. Naquele silêncio. Naquela mentira.

Nunca saberei o sabor dos teus lábios. Se são secos. Se são salgados. Se são molhados. Nunca o saberei. Falhei em tudo e perdi todas as oportunidades para ser feliz. O meu pior erro sempre foi esse: não fui um homem feliz. Neguei tudo e desperdicei toda a sorte que tinha. Agora, tudo é passageiro e as pessoas supérfluas. Nada me contenta. Tudo parece demasiado distante. Vagueio sem rumo na certeza da minha estupidez. Nunca poderei ser amado. Este é o meu destino.
Não sei que horas são enquanto estas palavras são desenhadas na folha. Apenas as lágrimas solitárias escorregam sobre a minha face. Não as limpo. Seria um erro. Deixo que cada lágrima escreva o seu ponto no teu nome. Que sele na escuridão e que encerre na solidão da morte, porque tu para mim morreste; e esta é a minha ultima lágrima. E despedida.



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