quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Retrato

Não sei de onde provem
- tão fragilmente violento o sinto -
Este sentimento tão voraz
Que consome todas as minhas lágrimas salgadas
Que caiem sobre a escuridão da noite
Que ilumina o meu peito nu.

Quero encontrar em cada quadro.
Em cada letra dos meus livros.
Em cada palavra dos meus escritos.
Em cada sonho que construo com os teus lábios
Que se completam nos meus
A tua secreta imagem.

E encontro-te:
Perdida no medo que tu criaste.
Recolhida como uma pérola esquecida no fundo do mar.
- E abro o meu peito! -
Com ternura.
Com carinho.
(E deixo-te entrar.
E sussurro-te palavras.
Promessas.
Silêncios.
Agarro as tuas mãos para sempre.)

Entrego-me a ti
Neste sentimento tão oculto sobre o meu coração.
Como um poema escrito das lágrimas da saudade
Que na noite encontrou a sua protecção.

Toco em teu corpo
Com carícias que moram na minha saudade.
Beijo cada centímetro da tua pele presente
Para adormecer com o teu retrato eternamente.

Sem comentários:

Enviar um comentário