quarta-feira, 15 de janeiro de 2014


Eu sempre fui uma sombra do que quis ser. Mera cinza apenas de ideias que o pensamento utopiza e que na realidade não passa de isso; de sonhos distantes e dispersos em névoas ilusórias da imaginação fictícia. Quais estradas nunca antes caminhadas meu desejo purga. Nada sou. Apenas um sonhador atormentado pelo cansaço e o tédio da solidão.
Caminho na estrada da rua deserta, absorto em meus pensamentos. Ouço nos sons díspares pequenos timbres de melancolia e assobios leves de arrependimento. Minhas gélidas mãos carregam em seus dedos ambições que outrora desconhecia. Estou aprisionado nesta liberdade cativa que beija a minha Alma. Sou isto: um homem livre que deseja estar preso.
“Coragem!” Ouço em meus ouvidos a voz da musa que desconheço mas meu coração ama. Levanto os olhos em sua procura, porém apenas vejo as estrelas pequenas a baloiçar no céu escuro que cobre meus olhos. Caminho rápido agora, pois sei que te posso alcançar e ouço novamente as mesmas palavras adocicadas a sair da tua voz: “Coragem!”
Agora corro, como uma criança feliz, na espectativa que te vou encontrar. Chego à porta que ouvira as vozes de alento dirigidas ao meu coração. A medo, abro a porta e para meu espanto e desanimo apenas uma imagem tua lá se encontra. Cabisbaixo vou-me embora, mas antes ouço em meus ouvidos como súplicas amorosas as palavras que alegraram meu peito: “Coragem, eu estou sempre contigo…”  
 
 

 
 
 

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