terça-feira, 10 de setembro de 2013


Como ondas que murmuram nos meus ouvidos; como uma inércia perdida na linha frágil do tempo, assim eu recordo toda a beleza do teu sorriso e a alegria dos teus olhos. O som murmurante das ondas perdidas no horizonte faz-me lembrar todas as palavras que proferiste e que agora estão esquecidas na solidão passageira.    
Talvez esteja certo eu não te merecer. O destino assim exigiu que as nossas vidas jamais tivessem unidas. Não, não tenho receio do futuro, nem desgosto no presente. Aceitei, como inexorável caminho a nossa eterna separação, um dia chegará em que te irei dizer que te amo e que és tudo para a minha vida; mas, enquanto esse dia tarda, pressinto que a distância é o único remédio para sarar as minhas amargas feridas e fendas que ocultas abriram-se no meu coração.
Jamais ousei dizer-te que te amo. Compreendo e aceito que fui covarde. Porém, agora entendo que nunca mais poderei ocultar esta paixão que dilacera as minhas vísceras. Tens um caminho a seguir e eu outro. As nossas vidas que agora ficaram separadas, serão talvez um único sentido possível para a nossa relação – a separação.
Olho novamente para o mar que me envolve em mantos suaves de seda e sinto as minhas mãos cada vez mais leves e o meu corpo cada vez mais distante da realidade. Ao adormecer, revejo a tua imagem a surgir na minha Memória e nos teus lábios a formar-se uma palavra. – “Amo-te…” - Que é apenas uma ilusão...

Sem comentários:

Enviar um comentário