sexta-feira, 28 de março de 2014


Foi um beijo normal.

Todas as vezes que tinha estado com ela tentei dizer-lhe o quanto a amava, mas não consegui ou por medo, ou por cobardia. E, nesse dia, um dia tão normal como os outros, beijei-a sem pedir licença. Arranquei um beijo a toda a força. Senti os lábios encostados aos meus e aquele doce veneno da sedução a correr nas minhas veias.

Foi um beijo normal.

Como qualquer outro. E mesmo que não fosse, beijava-a novamente só para me certificar que o beijo tinha sido um beijo normalíssimo. Foi naquele dia. Foi ontem. Ou hoje. Ou quem sabe amanhã. Fui passear com ela. Falamos de tantas coisas que nas entrelinhas eu só dizia: «beija-me». E foi na despedida. Puxei-a para mim e beijei-a.

Foi um beijo normal.

E mesmo que não fosse, dava-lhe outro beijo.
 
 

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