terça-feira, 27 de agosto de 2013


A vida para mim foi sempre um mero dado desconhecido que nunca cheguei a conhecer verdadeiramente. Sempre tive receio e medo de arriscar fosse o que fosse na minha vida; por isso, vivo numa gruta isolada do mundo. Uma gruta cheia de sombras e fantasmas que não perdoam a minha falta de ambição, e cercam-me em correntes de sofrimento e de dor
Certas vezes, fico hirto no meu sofá sentado, a pensar com eternas interrogações em nada. Nada que é pura e simplesmente nada. O vazio oco e opaco que sinto é tão grande que, às vezes, tenho dificuldade em respirar devido à solidão sofrida que transborda em desespero no meu peito. O meu corpo, devido a este aborto da realidade, sente-se tão frágil e cansado que não consegue manter as pálpebras abertas…
Mas não quero adormecer! O tédio com leves toques ligeiros de abulia faz-me permanecer sentado a pensar… A pensar em nada que posso fazer para a minha vida que é nada, em nada mudar para nada. Porque nada sou. Apenas sou nada…

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